No texto “Porque a matemática é o bicho-papão da escola?” o autor Marcelo Bessa apresenta diversos pontos de vistas de professores a respeito da questão. Neste texto, percebemos que a figural central dos discursos apresentados é o próprio professor. Mas por que a culpa é sempre do professor?
Entendemos que seja ele um dos principais responsáveis pelo bom andamento de sua turma, por manter o contato diretamente com os alunos, percebe suas dificuldades, anseios, progressos e etc. Contudo, acredito que aulas limitadas ao uso do livro didático e o quadro sejam pouco atrativas e motivadoras, o que tendem a influenciar na perda de interesse do aluno em aprender determinado conteúdo, e por outro lado, é possível que neste cenário pouco sedutor a aprendizagem ocorra, mas não de forma significativa, como deveria proceder e sim superficial. Em relação ao professor, se este não estiver motivado dificilmente poderá motivar seus alunos e tao pouco apresentar aulas motivantes, o que só fortalece a ideia de que a matemática é de fato um bicho-papão da escola.
Existe uma visão equivocada de que aprender matemática é privilegio de um publico seleto, dotado de elevados níveis de abstração e inteligencia; e por outro lado, um árduo e cansativo desafio para muitos. Segundo SADOVSKY (2007, p. 21) “a matemática é um produto cultural e social” (grifo do autor), então essa ciência é uma produção essencialmente humana a qual no decorrer de seu desenvolvimento recebeu influências das civilizações constituídas historicamente. Essa visão é um construção histórica, fortalecida pelo modelo de ensino amplamente adotado pelas escolas que tem privilegiado a acumulação de conceitos, fórmulas, procedimentos algorítmicos em detrimento da aprendizagem dos mesmos.
O caráter abstrato da matemática indica que muitas adaptações devem ser feitas, sinalizando para os professores a necessidade de buscar estratégias de ensino que objetivem tornar palpável esse conhecimento aos alunos, como tentativa de minimizar a aversão da disciplina em questão. A respeito disto, PAIS nos diz que “embora hoje, no senso comum, há uma tendencia de realçar a importância pratica da matemática, a função educativa da escola não deve se resumir a essa visão pragmática” (2006,p.20).
O resgate do cotidiano do aluno inserido nas aulas de matemática é importante, e deve ter seu lugar de destaque na prática dos professores, contudo, não basta simplesmente mostrar para o aluno a ligação que existe entre a matemática e o mundo em que vive, se em sala de aula pratica-se um ensino que está completamente desvinculada com o nível de aprendizagem deste.
Bibliografia
PAIS, Luiz Carlos. Ensinar e aprender matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 206. 152p.
SADOVSKY, Patrícia. O ensino da matemática hoje- enfoques, sentidos e desafios. Tradução Antônio de Pádua Danese. São Paulo: Ática. 2007, 112p.:(Educação em Ação).
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